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Reganho de peso após a bariátrica: por que acontece, e como fatores psicológicos influenciam mais do que você imagina



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A bariátrica é, para muitas pessoas, o momento mais esperado da vida.

A promessa de alívio, liberdade e uma relação mais leve com o corpo cria expectativas enormes.

E, nos primeiros meses, tudo parece mágico: peso descendo rápido, elogios chegando, energia voltando.


É o famoso período de lua de mel, quando o efeito cirúrgico está no auge e os comportamentos ainda estão frescos.

Mas depois… a vida real volta.

A mente volta.

As emoções voltam.

Os antigos padrões voltam a bater na porta.


E é aí que muita gente se assusta:

“Por que estou voltando a ganhar peso?”


A resposta não está só no prato, está na cabeça, na emoção, na história de cada um.


Vamos conversar sobre isso?


1. A bariátrica muda o estômago, não muda a mente.


Esse é o ponto mais importante e, ao mesmo tempo, o mais negligenciado.


A cirurgia altera o tamanho do estômago, a velocidade do esvaziamento gástrico, os hormônios da fome…

Mas não altera o que a pessoa pensa, acredita ou sente.


Se alguém tinha:

* fome emocional

* compulsão

* uso da comida como conforto

* dificuldade de lidar com frustração

* baixa autoestima

* distorção de imagem

* perfeccionismo

isso tudo continua existindo mesmo com um estômago menor.


A cirurgia não apaga a história emocional por trás da comida.


2. O cérebro não entende “bariátrica”, ele entende sobrevivência


Quando a carga emocional volta, o cérebro usa os caminhos antigos.

É automático.

É instintivo.


E aí acontece o que muitos chamam de “transferência”:

* troca compulsão alimentar por compulsão por açúcar

* por álcool

* por compras

* por comportamento de risco

* por trabalho excessivo


Não é frescura, nem falta de força de vontade.

É neurociência + emoção + história de vida.



3. O reganho começa muito antes da balança subir


O reganho de peso costuma vir de forma silenciosa:


* “Belisquinhos” voltam

* A saciedade deixa de ser respeitada

* A comida vira válvula de escape

* A culpa cresce

* O ciclo restrição → compulsão reaparece

* A pessoa para de se ouvir porque tem medo de “perder o controle”


E aí, quando percebe, o corpo já sinalizou de novo.


4. Expectativas irreais também sabotam


Muita gente acredita que a bariátrica vai:


✔ curar compulsão

✔ resolver autoestima

✔ apagar fome emocional

✔ mudar a relação com o corpo

✔ criar disciplina

✔ impedir recaídas


Mas a cirurgia é uma porta, não o caminho inteiro.


Quando a expectativa é fantasia, o impacto é devastador.

O reganho dói mais, porque parece “fracasso”.

Mas não é fracasso. É falta de suporte psicológico.


5. O grande vilão? O retorno dos velhos gatilhos emocionais


Estresse, solidão, frustração, rejeição, autocrítica, comparação…

Quando esses sentimentos reaparecem e a pessoa não tem ferramentas novas, o corpo faz o que SEMPRE fez:

busca conforto.


Só que agora o estômago é menor, mas o sofrimento emocional continua gigante.


6. Como prevenir (e tratar) o reganho de peso


*Psicoterapia especializada

Porque comer emocional, compulsão e autoestima NÃO se tratam com dieta.


*Reconstrução da imagem corporal

O cérebro demora muito mais para atualizar o “eu corporal” do que o corpo demora para mudar.


*Regulação emocional

Aprender a lidar com desconforto sem usar comida é o grande divisor de águas.


*Estratégias cognitivas da TCC

  • Reestruturação de crenças

  • Identificação de gatilhos

  • Pensamentos automáticos

  • Comportamentos alternativos


*Relação realista com o corpo

Não existe corpo pós-bariátrica perfeito.

Existe corpo funcional, saudável e respeitado.


*Rotina alimentar estruturada

Sem extremismos, sem punições, sem comer emocional escondido.


O reganho de peso não é o fim, é um sinal


Um convite.

Um pedido do corpo e da mente por ajuda.

Por suporte.

Por acolhimento.

Por ferramentas novas.


A bariátrica começa no estômago, mas só se sustenta no emocional.


E ninguém precisa passar por isso sozinho.


Lembre-se, ao menor sinal de sofrimento físico/psíquico, busque ajuda de profissionais capacitados para te ajudar.

 
 
 

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